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sábado, 11 de abril de 2015

Os problemas da educação no Brasil

Quando se pergunta à população brasileira, em uma pesquisa de opinião, qual seria o problema fundamental do Brasil, a maioria indica a precariedade da educação. Os entrevistados costumam apontar que o sistema educacional brasileiro não é capaz de preparar os jovens para a compreensão de textos simples, elaboração de cálculos aritméticos de operações básicas, conhecimento elementar de física e química, e outros fornecidos pelas escolas fundamentais.
 
Esses conhecimentos são testados em pesquisas internacionais como o PISA (Programme for International Student Assessment) da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e coordenado no Brasil pelo INEP - Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
 
No PISA os países asiáticos estão apresentando os melhores resultados, possivelmente diante do valor atribuído à educação por influência de nomes como o filósofo Confúcio, que não se restringe ao conhecimento formal, enquanto o Brasil não apresenta resultados satisfatórios.
 
Certa vez, participava de uma reunião de pais e professores em uma escola privada brasileira de destaque e notei que muitos pais expressavam o desejo de ter bons professores, salas de aula com poucos alunos, mas não se sentiam responsáveis para participarem ativamente das atividades educacionais, inclusive custeando os seus serviços. Se os pais não conseguiam entender que esta aritmética não fecha e que a sua aspiração estaria no campo do milagre, parece difícil que consigam transmitir aos seus filhos o mínimo de educação.
 
Para eles, a educação dos filhos não se baseia no aprendizado dos exemplos dados pelos pais. Que esta educação seja prioritária e ajude a resolver os outros problemas de uma sociedade como a brasileira parece lógico. No entanto, não se pode pensar que a sua deficiência depende somente das autoridades. Ela começa com os próprios pais, que não podem simplesmente terceirizar esta responsabilidade.
 
Para que haja uma mudança neste quadro é preciso que a sociedade como um todo esteja convencida que todos precisam contribuir para tanto, inclusive elegendo representantes que partilhem desta convicção e não estejam pensando somente nos seus benefícios pessoais.
Sobre a educação formal, aquela que pode ser conseguida nos muitos cursos que estão se tornando disponíveis no Brasil, nota-se que muitos estão se convencendo que eles ajudam na sua ascensão social, mesmo sendo precários. O número daqueles que trabalham para obter o seu sustento e ajudar a sua família, e ao mesmo tempo se dispõe a fazer um sacrifício adicional frequentando cursos até noturnos, parece estar aumentando.
 
A demanda por cursos técnicos que elevam suas habilidades para o bom exercício da profissão está em alta. É tratada como prioridade tanto no governo como em instituições representativas das empresas. O mercado observa a carência de pessoal qualificado para elevar a eficiência do trabalho.
Muitos reconhecem que o Brasil é um dos países emergentes que estão melhorando, a duras penas, a sua distribuição de renda. Mas, para que este processo de melhoria do bem estar da população seja sustentável, há que se conseguir um aumento da produtividade do trabalho, que permita também o aumento da parcela da renda destinada à poupança, que vai sustentar os investimentos indispensáveis.
A população que deseja melhores serviços das autoridades precisa ter a consciência de que uma boa educação, não necessariamente formal, é fundamental para atender melhor as suas aspirações.

Analfabetismo no Brasil

Saber escrever, ler e compreender textos é de suma importância nos dias de hoje. Pessoas que possuem estas habilidades apresentam maiores chances de obter empregos e entender o mundo que as cerca. Ser alfabetizado nos dias atuais é, antes de tudo, ter acesso as ferramentas que as tornam cidadãs. Por isso, o Brasil (todos os governos e a sociedade) deve fazer todos os esforços necessários para diminuir cada vez mais o analfabetismo entre a nossa população.
 
Analfabetismo funcional

Analfabetismo funcional é quando um indivíduo sabe ler e escrever seu nome e algumas palavras e frases, porém não tem a capacidade de compreender textos simples. Embora nas estatísticas estas pessoas sejam consideradas alfabetizadas, apresentam esta grave deficiência educacional. 
 
 
Principais dados sobre o analfabetismo no Brasil *

- Índice de analfabetismo no Brasil: 8,3% 
 
- Número de pessoas analfabetas: 16 milhões (pessoas com 10 anos ou mais)
 
- Índice de analfabetismo na região Norte: 9,5% (pessoas com 15 anos ou mais)
 
- Índice de analfabetismo na região Nordeste: 16,6% (pessoas com 15 anos ou mais)
 
- Índice de analfabetismo na região Sul: 4,2% (pessoas com 15 anos ou mais)
 
- Índice de analfabetismo na região Sudeste: 4,7% (pessoas com 15 anos ou mais)
 
- Índice de analfabetismo na região Cetnro-oeste: 6,5% (pessoas com 15 anos ou mais)
 
* dados divulgados pelo IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad) em setembro de 2014, referentes ao ano de 2013.
 
Ponto positivo

De 2012 para 2013 o índice de analfabetismo no Brasil caiu de 8,7% para 8,3%.
 
Você sabia?
 
- É comemorado em 8 de setembro de cada ano o Dia Internacional da Alfabetização.


Quadro da Educação Brasileira

Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros frequentam diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 53 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país.
 
Uma outra notícia importante na área educacional diz respeito ao índice de analfabetismo. O Censo de 2010 (IBGE) mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (2000 a 2010). Em 2000, o número de analfabetos correspondia a 13,63% da população (15 anos ou mais de idade). Esse índice caiu para 9,6% em 2010 e para 8,3 em 2013 (IBGE).. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola.
 
Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação tem tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto, aliado a políticas de valorização dos professores, principalmente em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.
 
Outro dado importante é a queda no índice de repetência escolar, que tem diminuído nos últimos anos. A repetência acaba tirando muitos jovens da escola, pois estes desistem. Este quadro tem mudado com reformas no sistema de ensino, que está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades de recuperação. As classes de aceleração também estão dando resultados positivos neste sentido. 
 
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes.
 
Outros dados da educação brasileira:

- Taxa de abandono (2008): 4,8%

- Taxa de reprovação (2008): 12,1%

- Taxa de aprovação (2008): 83,1%

- Matrículas na Educação Básica (2009): 52.580.452

- População adulta com Ensino Fundamental concluído: 54,9% (2010)

- Crianças entre 5 e 6 anos que frequentam a escola: 91,1% (2010)

- Jovens entre 11 e 13 anos que frequentam a escola nas séries finais do Ensino Fundamental: 84,9% (2010)

- Jovens entre 15 e 17 anos com Ensino Fundamental completo: 57,2% (2010)

- Jovens entre 18 e 20 anos com Ensino Médio completo: 41% (2010)

- Crianças e jovens (entre 4 e 17 anos) fora da escola: 3,5 milhões (IBGE 2013)
 
Fonte: MEC/Inep/Pnud
 
Você sabia?

- A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013 auterou a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), instituindo o ensino obrigatório no Brasil entre 4 e 17 anos de idade. Esta lei também "dividiu" o ensino em três fases: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
 
- Em 25 de junho de 2014, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sancionou o Plano Nacional de Educação. O plano criou 20 metas que devem ser atingidas até o ano de 2024, além de destinar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Educação.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Inclusão de alunos do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional de escolas públicas em Universidades



 

É importante refletir sobre o lento processo de inclusão de alunos do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional de escolas públicas em Universidades, tentando dessa forma, reparar problemas pertinentes às dificuldades de aprendizagem e o desempenho destes no vestibular, e porque não na sua autoestima.
Sabe-se que a incorporação do aluno de escola pública em universidades também públicas vem sendo matéria de especulação em diversas pesquisas, uma vez que a Constituição Brasileira determina que se estabeleçam Plano de Metas para integração social, étnica e racial e que contemple, dentre outras medidas, cotas de ingresso diferenciado para egressos de escolas públicas.
As discussões sobre o vestibular atualmente nas escolas estaduais que disponibilizam o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional giram em torno de uma concepção de educação impossível para a maioria dos alunos que estão concluindo esta modalidade, muito embora o direito à educação de qualidade para todos seja garantido pela Constituição Federal, percebe-se, todavia, que se trata de uma questão de baixa autoestima destes alunos, que em poucos momentos vislumbram a possibilidade de ingressar na Universidade.
Atualmente, as relações entre aprendizagem e autoestima constituem um dos mais atuais e importantes problemas Educacional e da Psicopedagogia, que continuam sem serem explicados convincentemente por qualquer modelo teórico. Todavia, entendemos que a dinâmica da autoestima revela-se como um fator significativo no contexto educacional e, particularmente, relevante no presente e no futuro dos discentes em termos de um desenvolvimento psicológico e social.
Compreende-se, entretanto que a realidade das escolas estaduais em todo o Brasil que trabalham com Ensino Médio Integrado à Educação Profissional está extremamente desgastada.  Os alunos destes centros não dispõem do mínimo necessário (o estágio deficitário, por exemplo) para exercer a sua qualificação enquanto técnico e em contrapartida direcionam-se para um quadro de acomodação em relação ao vestibular, colocando-o em segundo plano na sua vida escolar.
Surge então a seguinte inquietação: O que desmotiva o aluno dos cursos técnicos e quais as suas percepções sobre o ingresso em uma universidade? O que Estado pode fazer para mudar essa realidade?